https://cnnportugal.iol.pt/plano-poupan ... 1fc0bb2db2A rendibilidade dos planos poupança reforma (PPR) tem constantemente ficado abaixo da inflação. Desde pelo menos 2014 que é assim. Porém, os portugueses continuam a investir milhões nestes produtos
Os Planos Poupança Reforma (PPR) são dos produtos financeiros preferidos dos portugueses. No final do ano passado, contavam-se mais de 2,2 milhões de subscritores de produtos PPR, quer seja sob a forma de seguros de vida, fundos de investimento ou fundos de pensões.
A procura por este tipo de produtos é também grande todos os anos, particularmente em dezembro, como resultado das fortes campanhas comerciais lançadas por bancos, seguradoras e outras entidades comercializadoras de PPR, lembrando os portugueses que ainda vão a tempo de maximizarem o reembolso de IRS do próximo ano, por conta do benefício fiscal que estes produtos oferecem à entrada e que pode ir até aos 400 euros por ano.
Entre 2018 e 2022, os portugueses investiram anualmente mais de 3 mil milhões de euros em PPR, segundo dados da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). No final do ano passado, os ativos sob gestão dos fundos e seguros sob a forma de PPR atingia quase 19 mil milhões de euros.
Porém, na carteira dos pequenos investidores, os PPR têm-se revelado num investimento pouco ou nada rentável, porque os resultados alcançados pela generalidade dos gestores de fundos e seguros de PPR ao longo dos anos estão longe de serem brilhantes.
Este ano, segundo dados recolhidos pelo ECO, os cerca de 100 fundos de investimento domiciliados em Portugal sob a forma de PPR acumulam uma valorização média de 6,6%, com cerca de 60% dos gestores a mostrarem-se capazes de bater o seu índice de referência. Mas estes números são uma exceção num historial de fracos desempenhos.
Nos últimos três anos, por exemplo, os PPR sob a forma de fundos de investimentos apresentaram uma rendibilidade média anual negativa de 0,1%, com quase dois terços dos fundos a registar perdas anuais e apenas um quinto dos gestores a revelar-se capaz de bater o seu benchmark e ficando também muito longe de uma taxa de inflação média de 5,96% neste período.
Alargando o horizonte temporal do investimento, os números não melhoram muito. Nos últimos cinco e dez anos, apenas um em cada 10 fundos PPR conseguiu bater o seu índice de referência, oferecendo aos seus subscritores uma rendibilidade média anual de apenas 0,88% e 1,3%, respetivamente, que em termos reais se traduziu em perdas na carteira dos investidores, porque esses ganhos ficaram abaixo da taxa de inflação. Mas as contas não se ficam por aqui.
Os resultados que hoje a generalidade dos PPR apresenta são também confrontados com uma taxa de gestão anual média de 1,29% e com uma taxa de encargos correntes (Total Expense Ratio, do inglês) de 1,64%. Significa que, em média, na última década, a centena de PPR sob a forma de fundos de investimento à disposição dos investidores pagou mais às sociedades gestoras do que aos subscritores dos fundos.
E estes números não têm em conta as comissões de subscrição, de reembolso e de transferência que alguns PPR ainda cobram; nem os PPR sob a forma de seguros (historicamente menos rentáveis e mais caros que os fundos de investimento), porque a ASF, ao contrário do que está definido pelos seus próprios estatutos, este ano não divulgou as rendibilidades e tabelas de comissionamento dos PPR dos seus “associados”.
Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Existem algumas razões:
- Para quem têm mais de 55 anos, os PPR podem ser resgatados a fim 5 anos.
- Estes produtos, garantem para quem têm mais 50 anos e invista 1500€, um retorno fiscal de 300€(20% do valor investido), todos os anos.(Na maioria dos casos).
- O valor paga em Impostos na altura do resgate é de 8%(Cumpridas as condições).
Portanto,...
- Para quem têm mais de 55 anos, os PPR podem ser resgatados a fim 5 anos.
- Estes produtos, garantem para quem têm mais 50 anos e invista 1500€, um retorno fiscal de 300€(20% do valor investido), todos os anos.(Na maioria dos casos).
- O valor paga em Impostos na altura do resgate é de 8%(Cumpridas as condições).
Portanto,...
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Quais serao os PPRs mais populares? Ou quais os mais interessantes?
Todas as empresas parecem ter PPRs nos dias de hoje mas nao me parecem muito viáveis... É mais cash grab que outra coisa...
Todas as empresas parecem ter PPRs nos dias de hoje mas nao me parecem muito viáveis... É mais cash grab que outra coisa...
- JRJordao
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Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
A escolha dependerá, para começar, se o queres
- para investimento (tipicamente, sem garantia de capital)
- para dedução fiscal e eventual resgate para pagamento de prestação de CH (tipicamente, com garantia de capital)
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Mas existe algum que se destaca devido aos seus altos rendimentos? Tudo o que vi ate agora foi muito triste...
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
"We are drowning in information, while starving for wisdom."
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Ia postar isto na Partilhas de conteúdos mas acho que cabe aqui:
Emília Vieira: muitos PPR em Portugal são “miseráveis e não deviam existir”
Emília Vieira: mercado da Nvidia deve “duplicar dentro de cinco anos”
Emília Vieira: muitos PPR em Portugal são “miseráveis e não deviam existir”
“É inaceitável ter um PPR durante 23 anos e perder dinheiro”A CEO da Casa de Investimentos, Emília Vieira, defendeu este sábado que muitos dos Planos Poupança Reforma (PPR) que existem em Portugal não deviam existir, porque não remuneram devidamente os seus clientes.
”Temos cerca de 600 PPR em Portugal e muitos são miseráveis, não deviam existir”, defendeu a fundadora da Casa de Investimentos no encontro anual da instituição, que juntou cerca de 900 pessoas em Braga. Emília Vieira acrescentou que muitos PPR não existem em prol dos seus clientes mas sim das instituições financeiras e que o Estado devia proteger os cidadãos. E frisou que o grande problema do país nesta área é a falta de literacia financeira.
“As pessoas negoceiam o spread da casa mas depois não tentam encontrar melhores condições numa área tão importante como a poupança para a reforma”, lamentou. “Vivemos num país que tem mais de 50 mil milhões alocados em produtos de seguradoras, incluindo PPR, que não rendem mais do que 1,5 por cento ao ano”, realçou.
Emília Vieira: mercado da Nvidia deve “duplicar dentro de cinco anos”
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Não só remuneram pouco, como muitos deles possuem comissões de gestão muito elevadas, até exageradas, que não se traduzem em melhor desempenho. Também é preciso ver que a maioria dos que investem em PPR, normalmente fá-lo em produtos de menor risco, logo com menores retornos. Há PPRs a render menos do que um depósito a prazo ou CA.
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Exacto, logo Bancos, Empresas de Credito, Seguros e etc. estao sempre a tentar vender PPRs ao pessoal...
- JRJordao
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Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Para perfis conservadores com crédito habitação, poderá ser interessante aplicar num PPR sem custos o máximo para dedução IRS (assumindo que dela conseguem beneficiar) e passados 5 anos resgatar para pagar prestações.
Mas há que fazer bem as contas e comparar com em vez de aplicar 1500€/1750€/2000€ no PPR amortizar no CH. Ou seja, será que ao fazer a amortização se irá em 5 anos poupar mais que os 300€/350€/400€ deduzidos no IRS?
Re: Por que razão os portugueses gostam tanto de PPR quando rendem tão pouco?
Vai depender do capital ainda por pagar. Se o crédito estiver no início é certo que compensa, mas se já estiver no final, pode não compensar.