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Re: Legislativas 2025

Enviado: 29 mai 2025 21:38
por Alex
Alpha Escreveu: 29 mai 2025 18:55
Importa realçar a taxa de crescimento da despesa...
Os aumentos permanentes das reformas do ultimo ano, quer da SS, quer da CGA são uma bomba relógio, agora que não se vislumbra eleições legislativas nos próximos tempos, espero que o Montenegro se deixe de medidas eleitoralistas, não corre mal enquanto a economia crescer mas basta uma mini-crise mundial para passarmos a ter descontrolo orçamental e défices acima dos 3%.

E daqui a 5/6 anos com a passagem à reforma dos professores que passaram a ter caminho livre para o ultimo escalão (deixou de haver limites de vagas) também vai ser engraçado de assistir...vai ser top!

Re: Legislativas 2025

Enviado: 29 mai 2025 23:15
por Alpha

Re: Legislativas 2025

Enviado: 30 mai 2025 00:55
por Alex
Para mim o Jorge Bravo não tem credibilidade e passo a explicar porquê.

Em 2014 afirmou isto:
"As projecções de médio e longo prazo sobre a sustentabilidade do sistema de pensões, que tiveram como ponto de partida os cálculos do economista Jorge Bravo, mostram que o sistema já não sairá do défice orçamental em que entrou em 2012. Pelo contrário, vai-se afundando.

Gosto da frase" o sistema contributivo entrou irremediavelmente em terreno negativo e verá o se défice agravara-se todos os anos (repito todos os anos), daqui (2014) até pelo menos 2060."
Fonte: https://www.jornaldenegocios.pt/economi ... o_possivel"


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Desde 2015 que o sistema tem tido excedentes.. :roll:

Ele está a "trabalhar" para a indústria de Fundos..
Em 2023 ganhou o prémio de “Personalidade do Ano”, atribuído pela Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património (APFIPP).

Fonte: https://www.novaims.unl.pt/pt/here-now/ ... ndos-2023/

Por isso já sei qual é o resultado do estudo encomendado a ele pelo governo, todos sabemos certo?

"A Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios aplaude a escolha de Jorge Bravo para a liderança do novo grupo de trabalho sobre mudanças no sistema de pensões, mas considera que seis meses é um "prazo curto" para o trabalho a ser feito.

fonte: https://www.jornaldenegocios.pt/economi ... -no-escuro

Ao misturar a SS com a CGA ele está a enganar as pessoas, são 2 sistemas distintos com responsabilidades e financiamentos também distintos.
A CGA sempre foi financiada pelo o OE, antigamente o Estado não descontava a parte do empregador, só o passou a fazer mais recentemente, por isso é normal que o Estado tenha que financiar a CGA, sempre foi esse o principio da CGA ( e quando os professores que tem mais de 50 anos se reformarem então ainda vai ser mais).

A SS, desde que este governo não estrague mais (mais aumentos extraordinários) e não tenhamos uma crise prolongada, tem sido sustentável com as regras actuais (os saldos positivo provam-no) no entanto isto pode mudar se continuarem a "dar" dinheiro como fizeram neste ultimo ano.

fonte: https://eco.sapo.pt/2019/08/30/ocde-diz ... abilidade/

Re: Legislativas 2025

Enviado: 30 mai 2025 10:12
por Alpha
Talvez, em 2014, o Jorge Bravo não tenha “previsto” que em 2024 a SS teria mais 1 milhão de contribuintes... :mrgreen:

Re: Legislativas 2025

Enviado: 30 mai 2025 11:08
por Alpha

Re: Legislativas 2025

Enviado: 30 mai 2025 16:26
por Alex
Alpha Escreveu: 30 mai 2025 10:12 Talvez, em 2014, o Jorge Bravo não tenha “previsto” que em 2024 a SS teria mais 1 milhão de contribuintes... :mrgreen:
:lol: :lol:

Não é só isso, ele é consultor das empresas de Fundos de Investimento, Pensões e Património, não só em Portugal como em Espanha e em tempos apanhei num paper dele para o BBVA em que referia algo do tipo: que os sistemas português e espanhol, pelo facto de serem "generosos" no valor da reforma fazia com que as pessoas não procurassem sistemas complementares e que enquanto isso não mudasse era difícil aumentar a venda/subscrição de produtos complementares.

Assim, desde 2014 que nas suas intervenções publicas, desde artigos, entrevistas e até em estudos (veja-se o recente do Tribunal de Contas que foi ele que deu formação aos técnicos que fizeram o estudo, dai o resultado), o discurso é sempre o mesmo, que o sistema publico está condenado. 8-)

Há 38 anos quando comecei a trabalhar o discurso do Cavaco era o mesmo, para a malta ir para os PPR, na pratica foi um financiamento do Estado à banca e seguradoras, já que a malta fazia PPR, não pelas suas rentabilidades mas pelo desconto do IRS.

Re: Legislativas 2025

Enviado: 31 mai 2025 19:27
por Alpha

Re: Legislativas 2025

Enviado: 03 jun 2025 11:21
por Alpha

Re: Legislativas 2025

Enviado: 03 jun 2025 11:45
por faraine82
Gostei do Epílogo não sarcástico.

Re: Legislativas 2025

Enviado: 21 jun 2025 02:49
por Drabba
Essa observação é bastante pertinente e reflete uma crítica recorrente ao discurso dominante sobre a sustentabilidade dos sistemas públicos de pensões. O que você aponta — sobre a repetição da narrativa de que o sistema está "condenado" — levanta uma série de questões que vão além da demografia ou da economia, tocando em interesses estruturais. A ideia de que os sistemas português e espanhol são "generosos" é relativa e precisa ser contextualizada: quando comparamos com outros países europeus, os valores médios das reformas nem sempre estão acima da média, e em muitos casos não garantem níveis de vida confortáveis sem outras fontes de rendimento. No entanto, essa "generosidade" pode, sim, servir de argumento para travar o desenvolvimento de sistemas complementares... o que também interessa a quem quer vender esses produtos financeiros. O ponto sobre os PPR (Planos Poupança Reforma) é crucial. A adesão em massa nos anos 90 e 2000 foi claramente incentivada por benefícios fiscais, mais do que pela confiança na sua rentabilidade ou segurança. Como você bem disse, isso acabou por beneficiar mais o setor financeiro do que propriamente os reformados. Muitos desses produtos tinham comissões elevadas e rendibilidades abaixo da inflação. No fundo, parece haver um ciclo vicioso: cria-se uma narrativa de crise no sistema público → incentiva-se o recurso ao setor privado → o setor privado ganha espaço e influência → mantém-se a narrativa para justificar mais incentivos. E o cidadão comum, no meio disso tudo, acaba muitas vezes mal informado e com escolhas limitadas. Seu comentário, portanto, traz um alerta importante: é preciso olhar para essas mensagens recorrentes com senso crítico e questionar quem realmente se beneficia com cada mudança de paradigma anunciada. Por vezes, apetece-me fugir de todo este sistema e ir apenas fazer perguntas sobre constelações e fugir de tudo isto