Rmad Escreveu: ↑06 jun 2023 08:13
Louie Escreveu: ↑05 jun 2023 14:12
Rmad Escreveu: ↑05 jun 2023 13:58
Sugestão para discussão:
Sobre as carteiras 60/40 (aprecio essa alocação) e a alternância badalada sobre a hegemonia económica mundial estar a desviar do eixo US para a China, alguém já alterou (pensamento a longo prazo 10/15anos) a constituição das carteiras
para reflectir o aumento da China e companhia? A verdade é que por vezes me parece uma giant bolha…
Os 60/40 (fi mistos) que espreitei têm uma exposição superior ao usa quer em stocks ou bonds e olham para os emergentes como “apenas emergentes” e não como potenciais superiores hegemónicos.
Algo que ando a ponderar e estudar: aumentar a exposição à China e actuais emergentes em detrimento de us e Europa. Ou seja diminuir 10% (exemplo) na Europa e us e almoçar esses 20% nos actuais emergentes.
Cumprimentos e desde já obrigado a todos.
Qual vai ser o aumento da China e companhia? Se conseguíssemos prever o futuro estaríamos todos bilionários
Tudo o resto é especulação e apostas ativas
Está ideia tem sido veiculada após a opinião/livro de Ray Dalio (o último). Tem adquirido tração de quando em vez.
Certo mas no contexto atual a incerteza é enorme.
Neste momento a China não é ainda sequer considerada como uma economia desenvolvida. A nível económico começa a verificar-se alguma exaustão no seu modelo assente nas exportações e começa-se a falar em alterar o paradigma para um modelo mais assente no consumo interno. Os dados mais recentes têm ficado abaixo de todas as previsões e nem sequer são 100% fiáveis. O mercado imobiliário está meio deprimido e existe muita alavancagem, levando bancos e empresas de construção a passar por algumas dificuldades. Também as famílias e empresas estão a retrair o seu consumo e investimento.
Não esquecer que a China é governada por um regime autoritário que "quer, pode e manda" e é frequente o "desaparecimento" de CEO's durante meses, aparecendo depois com atitudes mais "simpáticas", como o Jack Ma que é/era o Bezos/Gates lá do sitio.
A China tem ainda concedido inúmeros empréstimos a países menos desenvolvidos, no oriente, em África e na Améria Latina, sem grandes garantias de receber de volta o empréstimo.
A nível politico, a China está a aproveitar a boleia da Rússia para tentar desequilibrar os pratos da balança na geopolítica em desfavor da influência ocidental, levando a que o comércio internacional fique cada vez mais cingido a regiões que transacionam entre si, aquilo que se chama de reshoring ou friendshoring das cadeias de abastecimento mundiais. Ainda estaremos para ver no que resultará a sua nova rota da seda.
Dito tudo isto, parece-me de elevado risco sobreponderar o investimento em favor de economias rivais do ocidente e que não se regem pelos mesmos valores e princípios.
Não te esqueças ainda que as atuais capitalizações bolsistas não refletem o presente mas sim o médio prazo. Se fugires disso ao sobreponderar numa determinada região estarás a fazer uma aposta ativa, o que não tem mal se souberes exatamente aquilo que estás a fazer e o risco que estás a assumir, porém levanta-se a questão: sabes algo que o mercado não saberá?