As correlações são dinâmicas (Diversificação e correlação entre fundos - Parte 2)
Mas nem sempre a performance entre obrigações e o mercado accionista tem uma correlação negativa. Em 2022, embora por razões diferentes, tiveram correlação positiva. A correlação entre os activos financeiros é dinâmica, um período pode funcionar perfeitamente e noutro período não funcionar, o que leva invariavelmente a vários artigos a dizer que a diversificação "quebrou" ou já não é o que era.
Estes artigos nunca referem que a correlação é algo dinâmico.
Como podemos ver no gráfico em baixo os dois ETFs que se portaram tão bem entre 2003 e 2013 tiveram um comportamento "mau" em 2022. Não só porque ambos desceram como desceram quase nos mesmos períodos. Deixo aqui em baixo o gráfico da segunda metade de 2022.
Não só cairam em simultâneo como os períodos de subida parecem em períodos semelhantes.
Vamos ver qual a correlação neste período.
Como podemos ver que a correlação nestes período foi positiva, ao contrário de no período entre 2003 e 2013 que foi negativa (-0.43).
Mas se as correlações podem ser analisadas apenas em determinados períodos que tal fazermos um gráfico com o valor rolante em janelas de 90 dias? Será que isso nos ajudaria a ver quanto dinâmicas as correlações são?
Claro que também há outros activos, que historicamente não têm uma correlação positiva com o mercado accionista ou com as obrigações de longo prazo. Refiro-me claro ao ouro, algo que para os mais conhecedores não é estranho. Irei usar o GLD como proxy do ouro.
O que aconteceu ao ouro em 2022? O ano em que o TLT e o SPY tiveram correlação positiva? Será que o ouro veio em nossa salvação? Pois bem, lamento desapontar mas o ouro em 2022 também teve um ano negativo e entre meados de Agosto e meados de Outubro de 2022 todos os 3 activos desceram (período a sombreado).
Será que há algum activo que é historicamente descorrelacionado com o mercado accionista, obrigações de longo prazo e ouro e que subiu em 2022? Isso é o que veremos no próximo post.